Exercícios
de Revisão para Prova de Sociologia
3º ano A e
B
1.
Quais mudanças sociais foram causadas pelas Revoluções, Agrícola e Industrial?
2.
O que podemos entender como 3º Revolução Industrial?
3.
Liste as mudanças sociais que você percebeu ao longo da sua vida:
4.
Revolução significa uma experiência de emancipação possível no processo de
autonomia desejada. Por que os movimentos sociais desenvolvidos pelas diversas
sociedades do mundo podem mudar a estrutura e o modo de vida da sociedade, mas,
avançam muito pouco no processo de liberdade e emancipação?
5.
Por que na sociedade atual vive-se o desenvolvimento máximo no que se refere a
tecnologia e modificações mínimas no que se refere as estruturas de poder e
economia?
7.
Qual mudança social é possível perceber através da atuação da mulher no mercado
de trabalho?
8. (Ufu 2012) Somos a primeira geração de pessoas que existem numa escala global.
Homens e mulheres, políticos, drogados, modelos, executivos, prostituídos,
terroristas, vítimas de catástrofes transmitidas pela TV, cozinheiros,
consumidores, telespectadores, internautas, imigrantes, turistas; somos a
primeira geração global. [...] Nossa geração está inventando o mundo, o
primeiro mundo verdadeiramente mundial.
LEVY, Pierre. A conexão planetária:
o mercado, o ciberespaço e a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001, p. 17.
Algumas pesquisas revelam cerca de 200 milhões de pessoas em movimento
pelo mundo. Essas pessoas evidenciam necessidades, oposições, racismos,
solidariedades e semelhanças.
Diante disso, faça o que se pede.
a) Os racismos e preconceitos
estabelecidos no século XXI são diferentes daqueles vividos na primeira metade
do século XX. Apresente pelo menos duas características que os distinguem.
b) Estabeleça pelo menos três
características sociais e políticas que diferenciam os movimentos populacionais
do final do século XX e início do século XXI daqueles que modificaram as
estruturas sociais do Brasil no final do século XIX.
8. A questão da sexualidade na
sociedade brasileira vem mudando muito se pararmos para analisar este assunto
na década de 50 e os dias atuais. Em sua opinião que fatores são fundamentais
para essa mudança social?
9. Leia o texto abaixo:
Sobre a vergonha de ser brasileiro
Site
semana.com
Não, nada de pachecagem, longe do ufanismo ou mesmo de
qualquer pingo de ingenuidade. O Brasil realmente é um país complicado, com os
mais sérios problemas estruturais, sociais, culturais, humanos, e tantos outros
adjetivos possíveis. Pretendo esclarecer uma percepção que vem causando
incômodo cada vez maior, proveniente da enxurrada de posts e comentários na
rede de gente se declarando envergonhada de ser brasileiro. Às vésperas da Copa
do Mundo, a expressão desse sentimento chega quase a virar clichê, sempre
acompanhada de algum vídeo que mostra nossas mazelas, de alguma matéria que
tenha saído na mídia estrangeira, de algum editorial do NY Times, sei lá.
“Vergonha de ser brasileiro” é o mote do momento. A percepção que tive é a
seguinte: o problema é que acreditamos que o Brasil mudou. Uma boa dica de
leitura para ampliar o horizonte dessa percepção é o clássico de George Orwell Revolução
dos Bichos (leia nossa resenha).
Resumindo o argumento (para depois destrinchar cada
premissa), defendo que o sentimento vexatório tem origem na distorcida
expectativa de vermos uma realidade de Brasil mudado que não mudou, ou mudou
muito menos do que nos querem fazer acreditar por meio da propaganda oficial,
da mídia convencional, que somos BRICS, quase primeiro mundo, uma pujança de
desenvolvimento econômico, “Os olhos do mundo estão voltados para nós”, entre
tantos outros chavões que podem ser sintetizados no slogan público mais bem
sucedido dos últimos anos: “Orgulho de ser brasileiro”. É um conjunto
discursivo irresistível, dentro do qual convivemos em nosso dia a dia. A
verdade nos filmes, novelas, noticiários, conversas de bar, é de que os
problemas que estamos vivendo são um absurdo que quase não tem coerência com os
tempos atuais, com o Brasil que vivemos. Mas vamos por partes.
Cresci educado em uma escola cujas aulas de Geografia
ensinavam que eu pertencia a um país de 3º mundo, junto com os países africanos
(inclusive a África do Sul, na época), toda a América do Sul e Central e alguns
países da Ásia (Paquistão, Índia, etc). As imagens dos livros mostravam
crianças desnutridas, favelas, lixões, o sertão nordestino. Falava-se em
corrupção, problemas de dívida externa, inflação, mas o fundamental era o
seguinte: eu me identificava com uma realidade pobre, a quilômetros de
distância dos EUA e Europa, paraísos de desenvolvimento e dos misteriosos
países comunistas, sobre os quais ainda pouco se sabia, de fato. Caso surgisse
uma notícia ou artigo estrangeiro sobre as desgraças de minha terra, só podia
concordar por ser fato constatado e esperado (não há resignação, mas
constatação de um fato). Não havia hiato entre a realidade esperada, construída
discursivamente (o que se diz a respeito do país), da que eu flagrava em meu
cotidiano.
A década de 90, com a estabilidade financeira do Real, a
abertura de mercado para produtos estrangeiros, aliada ao barateamento (por
conta da competitividade que a abertura proporcionou) de vários produtos de 1º
mundo criou um cenário de transformação, dentro do qual ainda estamos. Vivemos
ainda o difícil processo de transição de uma economia e mercado medievais, ou
melhor, coloniais, para uma real inserção no globo, no modo de vida já há
tantos anos usufruído em países do Hemisfério Norte.
Numa mistura de euforia ingênua com um complexo de inferioridade
secular, um conjunto de discursos ufanistas começaram a ser produzidos,
particularmente por agências de marketing, querendo associar marcas de produtos
com a sensação de sucesso, progresso, crescimento. Não deveria ser difícil
perceber que para qualquer corporação que precise vender produtos (sejam
matérias-primas ou manufaturados) é necessário que se forme e estimule um
mercado consumidor. Fazer-nos crer que estamos vivendo um momento glorioso de
economia estável, distribuição de renda cada vez mais equitativa,
desenvolvimento social e tecnológico foi a chave para que fizéssemos nossa
parte no processo, temos um papel a exercer: consumir. E acreditamos, excitados
com o novo status, a nova identidade mais vistosa.
Realmente temos (em todas as classes sociais) mais acesso à
possibilidade de consumir, a roda do capitalismo foi acionada pela euforia das
décadas de 90 e 00, empregos sobrando, mercado aquecido, o 2º mundo a ruir com
o muro, a perestroika e a glasnost, e a conceituação geopolítica foi reformulada.
Nada mais milagroso que mudar um conteito. A realidade toda se transforma.
Deixamos de ser 3º mundo para nos tornarmos um país em desenvolvimento (óia!).
Muito significativo, contribuiu deveras para nossa autoestima, à revelia da
realidade ainda violenta, miserável, corrupta, politicamente ineficaz e
desigual que nos cercava e ainda constituía.
Esse processo de mudança de status quo nacional vem sendo
realizado progressivamente, cada vez mais bem aproveitado em campanhas
políticas, agravado no lulismo (nosso Galvão Bueno da política). É um volume
muito grande de boas notícias econômicas, para quem vinha de um regime militar,
uma hiperinflação e um impeachment. Estabilidade e crescimento são (embora
pífios) dados dignos de exaltação e de ressignificação de nossa identidade
nacional. Somos um país em desenvolvimento, como torcedores (elemento
constitutivo de nossa cultura), achamos que o Brasil vai ganhar, que já está na
final, seremos campeões e viraremos, finalmente, 1º mundo (óia!).
Então “os olhos do mundo” realmente se voltam para nós, pois
sediaremos 2 grandes eventos internacionais, estamos vendendo bem nosso peixe
eufórico de quase desenvolvidos, e o que tais olhos vêm: praticamente o mesmo
país de duas décadas atrás. Sabe quando um casal briga e os dois prometem mudar
aquilo que tanto desagrada cada qual, faz-se um esforço enorme, cada um acha
que mudou horrores, mas o outro continua achando que não foi alterado, que
qualquer transformação foi pífia. Pois é assim. Para o olhar distante de nossas
pequeninas e significativas mudanças, somos um local violento, repleto de
administradores corruptos, com um abismo social africano, nível educacional
risível, produção científica medíocre, tudo o que sempre se pensou a nosso
respeito.
O artigo crítico é publicado e nossa euforia vira depressão
profunda: que vergonha! Vergonha de não ser aquilo que acreditava ser! Vergonha
da mentira na qual também acreditei.
De forma nenhuma defendo aqui que aceitemos a corrupção como
algo irreversível, constituinte de nossa sociedade, que a desigualdade social
não tem saída e devemos nos resignar e tal. Toda indignação, combustível que
vem sendo usado nas manifestações cada vez mais comuns nas ruas das grandes
cidades brasileiras, essa raiva é legítima. Talvez a percepção de que fomos
enganados, a dura verdade de que nada mudou (ou pelo menos não tanto quanto nos
quiseram fazer acreditar ao longo desses últimos 20 anos), seja a gota que
transborda o copo. Gostamos de acreditar que somos desenvolvidos e notar que
não somos pode levar a uma mudança realmente significativa (não ouso prever
como, por que meio, nem quando).
Em meio à percepção desses fatos, ouvir alguém dizer que tem
“orgulho de ser brasileiro” soa piegas, coxinha, alienado e ingênuo demais, mas
parece ser fundamental perceber que expressar “vergonha de ser brasileiro” é
tão ingênuo quanto, distante de se perceber parte de um processo histórico em
andamento, lento, mas em um ponto nevrálgico. Depois de perceber isso, pensei
em postar em meu status: “frustrado de perceber o quanto falta para vivermos o
sonho de realidade que me venderam”.
10. Destaque no texto dois exemplos de mudança social no
Brasil e classifique-os como positivo e negativo: